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Dor lombar (lombalgia): o que é, tipos, causas e tratamento

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Edy Willian

Estudante de medicina. Compartilho aqui informações sobre saúde de forma clara e acessível, para que você possa cuidar melhor de si mesmo e daqueles que ama.
Mulher sentindo dor lombar (lombalgia)
(Fonte: www.freepik.com)

Introdução

A lombalgia, popularmente conhecida como dor nas costas, é uma das queixas mais comuns em consultórios médicos e afeta pessoas de todas as idades. Estima-se que 80% da população mundial irá experimentar pelo menos um episódio de lombalgia em algum momento da vida. As causas são diversas, desde má postura e sedentarismo até condições médicas mais sérias.

Este guia completo tem como objetivo fornecer informações detalhadas sobre a lombalgia, incluindo seus tipos, causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento. Ao final desta leitura, você terá uma compreensão abrangente da dor nas costas e saberá como buscar o tratamento adequado para aliviar o desconforto e melhorar sua qualidade de vida.

O que é Lombalgia?

Lombalgia é um termo geral que se refere a qualquer tipo de dor ou desconforto na região lombar, que se estende da parte inferior das costelas até a região glútea. A dor pode variar em intensidade, de leve a incapacitante, e pode ser acompanhada de outros sintomas, como:

  • Rigidez muscular
  • Limitação dos movimentos
  • Sensação de formigamento ou dormência
  • Dor irradiada para as pernas (ciática)

A lombalgia pode ser classificada em:

  • Aguda: dor com duração de até 6 semanas.
  • Subaguda: dor que persiste por 6 a 12 semanas.
  • Crônica: dor que dura mais de 12 semanas.

Sinais de Alerta:

Em alguns casos, a lombalgia pode indicar um problema mais grave. Procure atendimento médico imediato se a dor for acompanhada de:

  • Febre
  • Perda de peso inexplicável
  • Fraqueza progressiva nas pernas
  • Perda de controle da bexiga ou intestino
  • Dor intensa que não melhora com repouso

Tipos de Lombalgia

A lombalgia pode ser classificada em dois tipos principais:

1. Lombalgia Inespecífica (Mecânica)

Este é o tipo mais comum de lombalgia, representando cerca de 90% dos casos. A dor geralmente está relacionada a problemas musculares, ligamentares ou articulares, como:

  • Distensões musculares
  • Entorses ligamentares
  • Degeneração dos discos intervertebrais
  • Artrose da coluna vertebral

2. Lombalgia Específica

Em cerca de 10% dos casos, a lombalgia está associada a uma causa específica, como:

  • Hérnia de disco: ocorre quando o núcleo pulposo do disco intervertebral se projeta para fora do anel fibroso, comprimindo as raízes nervosas.
  • Ciática: dor que irradia ao longo do nervo ciático, geralmente causada por compressão do nervo por uma hérnia de disco.
  • Estenose espinhal: estreitamento do canal vertebral, que comprime a medula espinhal e as raízes nervosas.
  • Espondilolistese: deslizamento de uma vértebra sobre a outra.
  • Fraturas vertebrais: podem ocorrer por trauma, osteoporose ou tumores.
  • Doenças inflamatórias: como a espondilite anquilosante, que causa inflamação crônica da coluna vertebral.
  • Infecções: como osteomielite e discite.
  • Tumores: benignos ou malignos.

Causas da Lombalgia

As causas da lombalgia são multifatoriais e podem variar de pessoa para pessoa. Alguns dos fatores de risco mais comuns incluem:

  • Idade: o risco de lombalgia aumenta com a idade, devido ao desgaste natural da coluna vertebral.
  • Genética: predisposição genética para desenvolver problemas na coluna.
  • Obesidade: o excesso de peso sobrecarrega a coluna vertebral.
  • Sedentarismo: a falta de atividade física enfraquece os músculos que sustentam a coluna.
  • Má postura: postura inadequada ao sentar, levantar peso ou realizar atividades diárias.
  • Lesões: traumas como quedas, acidentes de carro ou lesões esportivas.
  • Esforço excessivo: levantar objetos pesados de forma incorreta ou realizar movimentos repetitivos.
  • Trabalho: atividades que exigem esforço físico intenso, posturas inadequadas ou vibrações.
  • Fatores psicossociais: estresse, ansiedade e depressão podem contribuir para a dor crônica.

Diagnóstico da Lombalgia

O diagnóstico da lombalgia geralmente envolve uma combinação de:

  • Anamnese: o médico irá perguntar sobre seus sintomas, histórico médico, estilo de vida e atividades diárias. É importante descrever a dor em detalhes, incluindo sua localização, intensidade, duração e fatores que a agravam ou aliviam.
  • Exame físico: o médico irá examinar sua coluna vertebral, avaliando sua postura, amplitude de movimento e a presença de dor à palpação. Testes neurológicos podem ser realizados para verificar a função dos nervos.
  • Exames complementares: em alguns casos, exames de imagem podem ser solicitados para auxiliar no diagnóstico, como:
    • Radiografias (Raio X): fornecem imagens dos ossos da coluna vertebral, ajudando a identificar fraturas, desalinhamentos e alterações degenerativas.
    • Tomografia computadorizada: fornece imagens mais detalhadas dos ossos e tecidos moles, sendo útil para avaliar hérnias de disco e estenose espinhal.
    • Ressonância magnética: fornece imagens detalhadas dos discos intervertebrais, medula espinhal e raízes nervosas, sendo útil para diagnosticar hérnias de disco, compressões nervosas e outras condições.
    • Exames laboratoriais: podem ser solicitados para descartar infecções, doenças inflamatórias ou outras condições médicas.

Tratamento da Lombalgia

O tratamento da lombalgia varia de acordo com a causa, a intensidade da dor e as características individuais de cada paciente. Na maioria dos casos, uma abordagem conservadora é suficiente para aliviar os sintomas e promover a recuperação. As opções de tratamento incluem:

  • Repouso: repouso breve pode ser recomendado nos estágios iniciais da dor aguda, mas a atividade física gradual é importante para a recuperação.
  • Medicações: algumas medicações podem ser utilizadas para o alívio da dor. Para dores agudas alguns analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados por curto período de tempo. Nos casos de dores crônicas, existem linhas de medicações de uso contínuo que auxiliam dependendo da causa.
  • Fisioterapia: exercícios terapêuticos, alongamento, fortalecimento muscular e técnicas de mobilização articular para melhorar a flexibilidade, a força e a função da coluna vertebral.
  • Terapia ocupacional: adaptações no ambiente de trabalho e atividades diárias para reduzir a carga sobre a coluna vertebral.
  • Acupuntura: técnica que utiliza agulhas finas inseridas em pontos específicos do corpo para aliviar a dor e promover o relaxamento.
  • Massagem: pode ajudar a aliviar a tensão muscular e melhorar a circulação sanguínea.

Intervenções Minimamente Invasivas:

  • Infiltrações: injeções de medicamentos como corticosteroides ou anestésicos na região afetada para reduzir a inflamação e a dor.

Cirurgia:

Geralmente considera-se em casos graves de lombalgia que não respondem ao tratamento conservador, como:

  • Hérnia de disco com compressão nervosa grave
  • Estenose espinhal sintomática
  • Espondilolistese instável
  • Fraturas vertebrais
  • Tumores

Prevenção da Lombalgia

Adotar hábitos saudáveis e medidas preventivas pode reduzir significativamente o risco de desenvolver lombalgia. Algumas dicas importantes incluem:

  • Exercícios físicos regulares: fortalecem os músculos que sustentam a coluna vertebral, melhoram a flexibilidade e a postura.
  • Alongamento: mantém a flexibilidade da coluna vertebral e previne a rigidez muscular.
  • Fortalecimento muscular: exercícios específicos para fortalecer os músculos do core (abdômen e lombar) são essenciais para a estabilidade da coluna vertebral. ]
  • Boa postura: mantenha uma postura ereta ao sentar, levantar peso e realizar atividades diárias.
  • Ergonomia no trabalho: ajuste sua estação de trabalho para garantir uma postura adequada e evitar sobrecarga na coluna.
  • Controle de peso: o excesso de peso sobrecarrega a coluna vertebral, aumentando o risco de lesões.
  • Hábitos de vida saudáveis: uma dieta equilibrada, sono adequado e o controle do estresse contribuem para a saúde da coluna vertebral.

Quando Procurar Ajuda Médica?

É fundamental procurar ajuda médica se a lombalgia for acompanhada de qualquer um dos seguintes sintomas:

  • Dor intensa que não melhora com repouso
  • Dor que piora progressivamente
  • Dor que irradia para as pernas, especialmente abaixo do joelho
  • Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés
  • Perda de controle da bexiga ou intestino
  • Febre
  • Perda de peso inexplicável
  • Histórico de câncer
  • Uso de drogas injetáveis
  • Imunossupressão

Conclusão

A lombalgia é uma condição comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora a maioria dos casos seja benigna e se resolva com tratamento conservador, é crucial estar atento aos sinais de alerta e procurar ajuda médica quando necessário.

Ao adotar hábitos saudáveis, como exercícios regulares, boa postura e ergonomia no trabalho, você pode reduzir significativamente o risco de desenvolver lombalgia e manter sua coluna vertebral saudável e forte.

Com o tratamento adequado e as medidas preventivas corretas, você pode recuperar sua qualidade de vida e realizar suas atividades diárias com mais conforto e liberdade.

Perguntas Frequentes

1. Qual a melhor posição para dormir com dor nas costas?

Dormir de lado com os joelhos flexionados e um travesseiro entre as pernas para aliviar a pressão na coluna vertebral.

2. O que devo fazer em caso de crise de dor nas costas?

Aplicar compressas de gelo na região dolorida, repousar por um curto período e tomar analgésicos podem ajudar a aliviar a dor aguda.

3. Quando a cirurgia é indicada para lombalgia?

Em casos graves que não respondem ao tratamento conservador, como hérnia de disco com compressão nervosa, estenose espinhal sintomática ou espondilolistese instável.

4. A lombalgia pode ser causada por problemas emocionais?

Sim, o estresse, a ansiedade e a depressão podem contribuir para a dor crônica nas costas.

5. Quais exercícios são recomendados para prevenir a lombalgia?

Exercícios de baixo impacto, como caminhadas, natação e pilates, são excelentes para fortalecer os músculos das costas e melhorar a flexibilidade.

Recursos Adicionais

1. GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, 2388 p.

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