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Vitiligo: o que é, causas e tratamento

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Edy Willian

Estudante de medicina. Compartilho aqui informações sobre saúde de forma clara e acessível, para que você possa cuidar melhor de si mesmo e daqueles que ama.
Mulher com vitiligo

O que é vitiligo?

Vitiligo é uma doença autoimune que causa a perda da cor da pele em determinadas áreas. Isso ocorre porque o sistema imunológico ataca e destrói os melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele, cabelo e olhos. Como resultado, surgem manchas brancas na pele, de diferentes formas e tamanhos.

É importante destacar que o vitiligo não é contagioso, ou seja, não se transmite de pessoa para pessoa por meio do contato físico. Apesar de não ser uma doença contagiosa, pode causar impactos na autoestima e na qualidade de vida das pessoas afetadas.

A prevalência do vitiligo é de cerca de 1% da população mundial, afetando pessoas de todas as idades, etnias e sexos. A doença pode se manifestar em qualquer idade, mas geralmente aparece antes dos 30 anos.

Quais são as causas do vitiligo?

Embora a causa exata do vitiligo ainda seja desconhecida, acredita-se que a doença seja multifatorial, ou seja, diversos fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento. Entre os principais fatores, estão:

  • Predisposição genética: pessoas com histórico familiar de vitiligo têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
  • Fatores emocionais: estresse, ansiedade e traumas emocionais podem desencadear ou agravar o vitiligo em pessoas predispostas.
  • Desregulação do sistema imunológico: o sistema imunológico ataca os melanócitos, causando a despigmentação da pele.
  • Outros fatores: como doenças autoimunes, distúrbios hormonais e exposição a substâncias químicas também podem estar relacionados ao desenvolvimento do vitiligo.

O vitiligo é hereditário?

Sim, o vitiligo tem um componente genético. Cerca de 30% das pessoas com vitiligo têm histórico familiar da doença. No entanto, ter um familiar com vitiligo não significa que você irá desenvolver a doença. A predisposição genética aumenta o risco, mas outros fatores também influenciam o desenvolvimento do vitiligo.

O vitiligo pode ser desencadeado por fatores emocionais?

Sim, o estresse e as emoções podem influenciar o vitiligo. O estresse pode desencadear a doença em pessoas predispostas ou agravar os sintomas em quem já tem vitiligo. Isso ocorre porque o estresse pode afetar o sistema imunológico e a produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele.

Vitiligo é contagioso?

Não, o vitiligo não é contagioso. A doença é causada por um problema no sistema imunológico da própria pessoa e não pode ser transmitida para outras pessoas por meio do contato físico, saliva, sangue ou qualquer outro meio.

Sintomas de vitiligo

O principal sintoma do vitiligo é o aparecimento de manchas brancas na pele, geralmente em áreas expostas ao sol, como rosto, mãos, braços e pés. As manchas podem variar em tamanho e formato, e podem ser:

  • Circunscritas: manchas pequenas e bem delimitadas.
  • Generalizadas: manchas maiores e que se espalham por várias partes do corpo.
  • Universais: manchas que cobrem quase todo o corpo.

Além das manchas na pele, o vitiligo também pode causar a perda de cor nos cabelos, pelos, cílios e sobrancelhas. Em alguns casos, a doença pode afetar a pigmentação dos olhos e da boca.

É importante lembrar que o vitiligo não causa dor, coceira ou outros sintomas físicos. No entanto, o impacto psicológico da doença pode ser significativo, especialmente para pessoas com manchas em áreas visíveis do corpo.

Como geralmente começa?

Na maioria dos casos, o vitiligo começa com o aparecimento de pequenas manchas brancas em áreas expostas ao sol. As manchas podem ser:

  • Planas: sem relevo ou textura.
  • Lisas: com textura macia e uniforme.
  • Sem sintomas: geralmente não coçam, ardem ou doem.

Com o tempo, as manchas podem aumentar de tamanho e se espalhar para outras partes do corpo. A progressão da doença é imprevisível e varia de pessoa para pessoa.

Como é o tratamento?

O tratamento para vitiligo visa controlar a doença, promover a repigmentação da pele e melhorar a qualidade de vida do paciente. As opções de tratamento incluem:

  • Fototerapia: o uso de luz ultravioleta (UV) para estimular a produção de melanina.
  • Medicamentos tópicos (pomada): como corticosteroides, inibidores de calcineurina e análogos da vitamina D, para reduzir a inflamação e estimular a repigmentação.
  • Medicamentos orais: como corticosteroides e imunossupressores, para controlar a resposta autoimune.

A escolha do tratamento depende de fatores como a extensão da doença, a localização das manchas, a idade do paciente e as preferências individuais. O tratamento geralmente é mais eficaz quando iniciado nos estágios iniciais da doença.

Vitiligo tem cura?

Atualmente, não há cura para o vitiligo. No entanto, os tratamentos disponíveis podem controlar a doença, promover a repigmentação e melhorar a aparência da pele. A resposta ao tratamento varia de pessoa para pessoa, e alguns pacientes podem apresentar repigmentação completa ou parcial.

É fundamental que o tratamento seja acompanhado por um dermatologista, que poderá avaliar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.

É possível prevenir?

Embora não exista uma forma garantida de prevenir o vitiligo, já que suas causas ainda não são totalmente compreendidas, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença ou evitar que ela se agrave. Afinal, quanto mais se sabe sobre os fatores de risco, maiores as chances de controlá-los.

07 Dicas para lidar com o vitiligo no dia a dia

Viver essa conidção pode apresentar desafios, especialmente no que diz respeito à autoestima e ao convívio social. Contudo, algumas dicas podem ajudar a lidar com a doença no dia a dia e a ter uma vida mais plena e feliz:

01: Aceite a sua condição:

O primeiro passo para lidar com o vitiligo é aceitar a sua condição e entender que ela não define quem você é. Em outras palavras, é apenas uma característica sua, como a cor dos seus olhos ou o seu tipo de cabelo.

02: Cuide da sua autoestima

O vitiligo pode afetar a autoestima, especialmente quando as manchas estão em áreas visíveis do corpo. Por isso, é importante cuidar da sua autoestima, buscando atividades que te façam sentir bem consigo mesmo, como praticar exercícios físicos, se dedicar a hobbies e passar tempo com pessoas queridas.

03: Proteja a sua pele do sol

A exposição solar pode agravar a doença e aumentar o risco de queimaduras solares. Sendo assim, use protetor solar com FPS 30 ou superior diariamente, mesmo em dias nublados, e evite se expor ao sol nos horários de pico (das 10h às 16h).

04: Use maquiagem corretiva

A maquiagem corretiva pode ajudar a disfarçar as manchas de vitiligo e a melhorar a autoestima. Atualmente, existem diversas marcas de maquiagem que oferecem produtos específicos para camuflar manchas , com diferentes tons e texturas.

05: Busque apoio

Conversar com outras pessoas que têm vitiligo pode ajudar a lidar com os desafios da doença e a se sentir menos sozinho. Nesse sentido, procure grupos de apoio online ou presenciais, onde você poderá compartilhar suas experiências e receber apoio de pessoas que entendem o que você está passando.

06: Informe-se sobre a doença

Quanto mais você souber sobre sua codição, melhor você poderá lidar com a doença. Portanto, procure informações confiáveis em sites, livros e revistas especializadas, e converse com seu médico sobre suas dúvidas e preocupações.

07: Não desista do tratamento

O tratamento pode ser longo e desafiador, mas é importante não desistir.

Conclusão

Em suma, o essa é uma condição crônica que afeta a pigmentação da pele, causando o aparecimento de manchas brancas. Apesar de não ter cura, o vitiligo não é contagioso e existem diversos tratamentos que podem ajudar a controlar a doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

É fundamental buscar um diagnóstico médico para confirmar a condição e iniciar o tratamento adequado o mais cedo possível. O tratamento pode incluir medicamentos tópicos, fototerapia, medicamentos orais ou até mesmo cirurgia, dependendo do caso.

Além disso, é importante adotar medidas preventivas para evitar o agravamento da doença, como proteger a pele do sol, gerenciar o estresse e manter uma alimentação saudável.

O vitiligo não define quem você é. É crucial cultivar a autoestima, buscar apoio e se informar sobre a doença para lidar melhor com os desafios e viver uma vida plena e feliz.

Compartilhe este conhecimento com seus amigos e familiares, contribuindo para a conscientização e a promoção da saúde.

1. IWANOWSKI, Tomasz; KOŁKOWSKI, Karol; NOWICKI, Roman Janusz; SOKOŁOWSKA-WOJDYŁO, Małgorzata. Etiopathogenesis and Emerging Methods for Treatment of Vitiligo. International Journal of Molecular Sciences, Basel, v. 24, n. 11, p. 9749, 2023.

2. KUBELIS-LÓPEZ, David Emmanuel et al. Updates and new medical treatments for vitiligo (Review). Experimental and therapeutic medicine, [S. l.], v. 22, n. 10, p. 797, 2021.

3. DIOTALLEVI, Federico et al. Vitiligo, from Pathogenesis to Therapeutic Advances: State of Art. International Journal of Molecular Sciences, Basel, v. 24, n. 5, p. 4910, 2023.

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