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Diabetes: o que é, sintomas, tipos, causas e tratamento

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Edy Willian

Estudante de medicina. Compartilho aqui informações sobre saúde de forma clara e acessível, para que você possa cuidar melhor de si mesmo e daqueles que ama.
Pessoa com diabetes aferindo sua glicemia pelo glicosímetro.
(Fonte: www.freepik.com)

O que é Diabetes?

Diabetes Mellitus, ou simplesmente Diabetes é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo regula a glicose, também conhecida como açúcar no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do corpo, e ela vem dos alimentos que ingerimos. Para que a glicose entre nas células e seja utilizada como energia, precisamos de um hormônio chamado insulina. A insulina é produzida pelo pâncreas, um órgão localizado atrás do estômago.

Em pessoas com diabetes, o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue usar a insulina que produz de forma eficaz. Isso faz com que a glicose se acumule no sangue, em vez de entrar nas células. Com o tempo, o excesso de glicose no sangue pode causar sérios problemas de saúde, como insuficiência cardíaca, derrames (AVC), cegueira, insuficiência renal e amputação de membros.

Quais são os tipos de Diabetes?

Existem alguns tipos de diabetes, dentre eles, os principais são:

  • Diabetes tipo 1: é uma doença autoimune em que o sistema imunológico do corpo ataca e destrói as células do pâncreas que produzem insulina. Nesse sentido, como consequência, o corpo não produz insulina e as pessoas com o tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para controlar seus níveis de glicose no sangue. O diabetes tipo 1 geralmente se desenvolve na infância ou adolescência, mas pode ocorrer em qualquer idade.
  • Diabetes tipo 2: é a forma mais comum, representando cerca de 90% a 95% de todos os casos. No o tipo 2, o corpo não produz insulina suficiente ou não a usa de forma eficaz. Esse tipo de diabetes geralmente se desenvolve em adultos, especialmente em pessoas com mais de 45 anos, com sobrepeso ou obesidade, histórico familiar de diabetes ou que são fisicamente inativas. No entanto, cada vez mais crianças e adolescentes estão sendo diagnosticados com diabetes tipo 2, devido ao aumento das taxas de obesidade infantil.
  • Diabetes gestacional: é um tipo que se desenvolve durante a gravidez. As mulheres com diabetes gestacional têm um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida. Como resultado, seus bebês também correm maior risco de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2.

Quais são as causas de Diabetes?

As causas variam de acordo com o tipo:

  • Diabetes tipo 1: é causada pela destruição autoimune das células beta do pâncreas, que produzem insulina. A causa exata dessa destruição é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel.
  • Diabetes tipo 2: ocorre por uma combinação de fatores, incluindo resistência à insulina e produção insuficiente de insulina. A resistência à insulina ocorre quando as células do corpo não respondem adequadamente à insulina. Ademais, a produção insuficiente de insulina ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente para atender às necessidades do corpo.
  • Diabetes gestacional: sucede quando os hormônios da gravidez interferem na ação da insulina.

Quais são os fatores de risco?

Existem vários fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver a doença, incluindo:

  • Histórico familiar de diabetes
  • Sobrepeso ou obesidade
  • Inatividade física (sedentarismo)
  • Raça/etnia (pessoas de ascendência africana, hispânica, nativa americana, asiática e das ilhas do Pacífico têm maior risco)
  • Idade (o risco aumenta com a idade)
  • Histórico de diabetes gestacional
  • Síndrome do ovário policístico (SOP)
  • Pré-diabetes (uma condição em que os níveis de glicose no sangue são mais altos do que o normal, mas não altos o suficiente para serem diagnosticados como diabetes)

É importante observar que ter um ou mais fatores de risco não significa que você desenvolverá diabetes. No entanto, conhecer seus fatores de risco pode ajudá-lo a tomar medidas para reduzir as chances de evoluir para a doença.

Conhecer seus fatores de risco pode ajudá-lo a tomar medidas para prevenir a doença. Alguns fatores de risco, como histórico familiar e etnia, não podem ser modificados. No entanto, outros fatores de risco, como sobrepeso, inatividade física e alimentação inadequada, podem ser modificados com mudanças no estilo de vida.

Leia também:  Colesterol Alto: sintomas, causas, valores e como baixar

Se você tem fatores de risco para diabetes, converse com seu médico sobre como reduzir seu risco.

Diabetes tem sintomas?

Os sintomas podem variar de acordo com o tipo e a gravidade da doença. Algumas pessoas com diabetes tipo 2, especialmente no início, podem não apresentar nenhum sintoma. No entanto, é fundamental estar atento aos sinais e sintomas comuns, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações.

Sintomas comuns:

  • Aumento da sede (polidipsia): o excesso de glicose no sangue força os rins a trabalharem mais para filtrá-la, o que aumenta a produção de urina e, como resultado, a sensação de sede.
  • Aumento da frequência urinária (poliúria): como os rins produzem mais urina para eliminar o excesso de glicose, a pessoa precisa urinar com mais frequência, inclusive durante a noite.
  • Aumento da fome (polifagia): apesar de a pessoa ter a glicose, ela não consegue entrar nas células e ser utilizada como energia, o que leva à sensação constante de fome.
  • Perda de peso inexplicável: mesmo comendo mais, a pessoa pode perder peso porque o corpo não está utilizando a glicose adequadamente e começa a quebrar gordura e músculos para obter energia.
  • Fadiga: a falta de energia nas células como resultado leva ao cansaço e fraqueza.
  • Visão turva: o excesso de glicose no sangue pode afetar os vasos sanguíneos dos olhos, causando visão turva.
  • Feridas que demoram para cicatrizar: a alta concentração de glicose no sangue prejudica a circulação e o sistema imunológico, dificultando a cicatrização de feridas.
  • Infecções frequentes: o sistema imunológico enfraquecido aumenta a suscetibilidade a infecções, como infecções urinárias, infecções de pele e candidíase.
  • Formigamento ou dormência nas mãos e pés: o excesso de glicose no sangue pode danificar os nervos, causando neuropatia diabética, que se manifesta com formigamento, dormência, dor ou queimação nas extremidades.

Portanto, é importante ressaltar que os sintomas geralmente estão associados a uma doença mais grave ou avançada, se você está com um desses sintomas é importante que procure atendimento médico.

Complicações do Diabetes

O diabetes é uma doença crônica que pode levar a uma série de complicações graves, incluindo lesões de órgãos-alvo. As complicações são causadas principalmente pelo excesso de glicose no sangue, que danifica os vasos sanguíneos e os nervos ao longo do tempo.

Complicações macrovasculares:

As complicações macrovasculares afetam os vasos sanguíneos de grande calibre e aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como:

  • Doença arterial coronariana (DAC): ocorre um estreitamento das artérias que fornecem sangue ao coração, aumentando o risco de angina (dor no peito) e infarto do miocárdio.
  • Doença cerebrovascular: as artérias que fornecem sangue ao cérebro sofrem um aperto, aumentando o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
  • Doença arterial periférica: da mesma forma que as anteriores, ocorre um estreitamento das artérias que fornecem sangue às pernas e pés, causando dor ao caminhar, feridas que demoram para cicatrizar e, em casos graves pode levar a amputação.

Complicações microvasculares:

Por outro lado, as complicações microvasculares afetam os vasos sanguíneos de pequeno calibre e podem causar danos aos olhos, rins e nervos:

  • Retinopatia diabética: ocorre danos aos vasos sanguíneos da retina, que podem levar à perda de visão e cegueira.
  • Nefropatia diabética: os vasos sanguíneos dos rins sofrem lesões, que podem levar à insuficiência renal crônica.
  • Neuropatia diabética: são danos aos nervos, que podem causar dormência, formigamento, dor e fraqueza nas extremidades, disfunção erétil, problemas digestivos e outros problemas.

Como é feito o diagnóstico do Diabetes?

Fazer o diagnóstico o quanto antes é crucial para iniciar o tratamento adequado e prevenir complicações. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de glicose. É importante ressaltar que um diagnóstico preciso deve ser feito por um profissional de saúde qualificado, que interpretará os resultados dos exames e levará em consideração seu histórico médico e sintomas.

Leia também:  Retinopatia Hipertensiva: os perigos da pressão alta para a visão

Testes para diagnosticar:

  • Glicemia de jejum: mede o nível de glicose no sangue após um jejum de pelo menos 8 horas.
  • Teste de tolerância à glicose oral (TTGO): afere o nível de glicose no sangue antes e 2 horas após a ingestão de uma bebida açucarada (garapa).
  • Hemoglobina glicada (HbA1c): mensura a média dos níveis de glicose no sangue nos últimos 2-3 meses.

Como é o tratamento do Diabetes?

O tratamento tem como objetivo principal controlar os níveis de glicose no sangue e prevenir complicações. O tratamento varia de acordo com o tipo e as necessidades individuais de cada pessoa. É essencial que o tratamento seja feito com acompanhamento médico regular e individualizado.

Tratamento do Diabetes tipo 1:

  • Insulina: pessoas com o tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para controlar seus níveis de glicose no sangue. A insulina pode ser administrada por meio de seringas, canetas injetoras ou bombas de insulina.
  • Monitoramento da glicose no sangue: é essencial para ajustar as doses de insulina e evitar hipoglicemia (níveis baixos de glicose no sangue).
  • Contagem de carboidratos: aprender a contar carboidratos ajuda a ajustar as doses de insulina de acordo com a alimentação.

Tratamento do Diabetes tipo 2:

  • Mudanças no estilo de vida: perder peso, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos regularmente podem ajudar a controlar o diabetes tipo 2.
  • Medicamentos orais: existem diferentes tipos de medicamentos orais para o tipo 2, que atuam de diferentes maneiras para controlar os níveis de glicose no sangue.
  • Insulina: em alguns casos, pessoas com diabetes tipo 2 podem precisar de insulina para controlar seus níveis de glicose no sangue.

Diabetes Gestacional:

  • Monitoramento da glicose no sangue: É essencial para garantir que os níveis de glicose estejam dentro da faixa recomendada durante a gravidez.
  • Dieta e exercícios: Uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos são importantes para controlar a diabetes gestacional.
  • Insulina: Em alguns casos, a insulina pode ser necessária para controlar os níveis de glicose no sangue durante a gravidez.

Mudanças no estilo de vida:

  • Alimentação saudável: Priorizar alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e verduras, e evitar alimentos processados, ricos em açúcar e gordura saturada.
  • Controle de peso: Perder peso, se necessário, ajuda a melhorar o controle da glicose no sangue.
  • Atividade física: praticar pelo menos 150 minutos de exercícios aeróbicos de intensidade moderada por semana, além de exercícios de fortalecimento muscular duas vezes por semana.
  • Parar de fumar: fumar aumenta o risco de complicações.

Monitoramento do diabetes:

  • Automonitoramento da glicose no sangue: realizar o automonitoramento da glicose no sangue conforme orientação médica.
  • Consultas médicas regulares: consultar o médico regularmente para avaliar o controle da doença e ajustar o tratamento, se necessário.
  • Exames periódicos: realizar exames periódicos para monitorar as complicações, como exames oftalmológicos, exames renais e exames dos pés.

Prevenção de Diabetes

Embora alguns fatores de risco, como histórico familiar e etnia, estejam fora de nosso controle, existem muitas medidas que podemos tomar para reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e, em alguns casos, até mesmo reverter a pré-diabetes. A prevenção se concentra principalmente em adotar um estilo de vida saudável.

Mudanças no estilo de vida para prevenir:

  • Mantenha um peso saudável: a obesidade é um dos principais fatores de risco para diabetes tipo 2. Perder peso, mesmo que seja uma pequena quantidade, pode reduzir significativamente o risco.
  • Alimente-se de forma saudável: uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras, com baixo teor de gordura saturada, açúcar e sal, é fundamental para a prevenção.
  • Seja ativo: a prática regular de exercícios físicos ajuda a controlar o peso, reduzir a gordura abdominal, melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir o risco de desenvolver a doença. Procure realizar pelo menos 30 minutos de atividade física de intensidade moderada na maioria dos dias da semana.
  • Evite o tabagismo: fumar aumenta o risco de diabetes e de outras doenças crônicas.
  • Controle a pressão arterial e o colesterol: manter a pressão arterial e o colesterol dentro dos níveis recomendados ajuda a reduzir o risco de diabetes e de doenças cardiovasculares.
  • Limite o consumo de álcool: o consumo excessivo de álcool aumenta o risco de diabetes.
  • Durma o suficiente: a privação do sono pode afetar o metabolismo da glicose e aumentar o risco de diabetes.
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Convivendo com Diabetes

Receber um diagnóstico de diabetes pode ser desafiador, mas é crucial lembrar que você não está sozinho. Milhões de pessoas em todo o mundo convivem com essa condição e levam vidas plenas e ativas. A chave para conviver bem é comprometer-se com o autocuidado, buscar apoio e manter uma atitude positiva.

Dicas para controlar o diabetes:

  • Monitore seus níveis de glicose no sangue regularmente: O automonitoramento da glicose no sangue é fundamental para entender como seu corpo responde aos alimentos, medicamentos e atividades físicas. Converse com seu médico sobre a frequência ideal para monitorar seus níveis de glicose.
  • Siga seu plano de tratamento: Seja consistente com a medicação, a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos. Siga as orientações do seu médico e ajuste seu plano de tratamento conforme necessário.
  • Eduque-se sobre sua doença: Quanto mais você souber sobre diabetes, melhor equipado estará para gerenciar a doença. Participe de programas de educação em saúde, leia livros e artigos confiáveis e converse com seu médico e outros profissionais de saúde.
  • Comunique-se com sua equipe médica: Não hesite em fazer perguntas e compartilhar suas preocupações com seu médico e outros profissionais de saúde. Eles estão lá para apoiá-lo em sua jornada.
  • Cuide da sua saúde mental: Viver com uma doença crônica pode afetar sua saúde mental. Esteja atento aos sinais de depressão e ansiedade e procure ajuda profissional se necessário.
  • Não desista: Gerenciar a diabetes exige esforço e dedicação, mas é possível viver bem com a doença. Concentre-se em seus objetivos, celebre suas conquistas e lembre-se de que você é capaz de controlar a diabetes e ter uma vida plena.

Conviver com diabetes exige adaptação e aprendizado contínuo. No entanto, com o apoio adequado, educação e autocuidado, é possível ter uma vida saudável e gratificante.

Conclusão

Ao longo deste guia completo sobre diabetes, exploramos diversos aspectos dessa condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Desde a compreensão do que é diabetes, seus diferentes tipos e sintomas, até as abordagens de tratamento, prevenção e os desafios específicos em diferentes faixas etárias, buscamos fornecer informações claras e abrangentes para o público leigo.

Reforçamos a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para o controle da diabetes e a prevenção de complicações. A adesão ao tratamento, o autocuidado e o acompanhamento médico regular são pilares fundamentais para uma vida saudável com diabetes.

Lembre-se:

  • Diabetes é uma doença crônica, mas controlável.
  • O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais.
  • Mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e prática de exercícios físicos, são fundamentais.
  • A educação em saúdee o apoio social são importantes para o autocuidado.
  • Você não está sozinho! Existem muitos recursos e pessoas dispostas a ajudar.

Recursos adicionais

Para encontrar mais informações sobre diabetes, você pode consultar:

Compartilhe este guia com seus amigos e familiares! A informação é uma ferramenta poderosa na luta contra essa doença tão importante.

1. RODRIGUES, M. et al. Diagnóstico de diabetes mellitus. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2024).
2. DE ALM. PITITTO, B. et al. Metas no tratamento do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/557753.2022-3
3. RODRIGUES, M. et al. Classificação do diabetes. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/557753.2022-1
4. SILVA JÚNIOR, W. et al. Atividade física e exercício no pré-diabetes e DM2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/557753.2022-8
5. DE CAMPOS, T. F. et al. Terapia Nutricional no Diabetes tipo 1. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2024)
6. RAMOS, S. et al. Terapia Nutricional no Pré-Diabetes e no Diabetes Mellitus Tipo 2. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/5238993.2023-8

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